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PF prende quatro pessoas por suspeitas de fraudes no Enem de 2016

Allan Nascimento
Allan Nascimento
Publicado em 08/11/2017 às 18:09
Candidato foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Natal
Candidato foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Natal FOTO: Candidato foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Natal

Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (8) por suspeitas de fraude em concursos públicos e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016. Segundo a Delegacia de Polícia Federal em Juazeiro do Norte (CE), não foram identificados indícios de fraudes no Enem deste ano.

Duas prisões foram em Juazeiro do Norte e outras duas em Fortaleza. Segundo a PF, eles eram os mandantes da organização criminosa.

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Na operação Adinamia, deflagrada na manhã de hoje, a Polícia Federal também apreendeu celulares, computadores e documentos. O material  será analisado em busca de novos indícios dos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude em concursos públicos.

Além das prisões, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva, nos estados do Ceará (Fortaleza, Juazeiro, Barbalha, Mauriti, Abaiara e Lavras da Mangabeira), Paraíba (São José de Piranhas e Cajazeiras) e Piauí (Teresina). As fraudes consistiam na violação antecipada de lacres para acesso às provas do Enem e concursos, além da utilização de ponto eletrônico para a transmissão dos gabaritos.

Inep

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem, informou que trabalha em conjunto com a Polícia Federal para evitar fraudes e que o exame deste ano seguirá com o calendário normalmente. A primeira prova do Enem foi aplicada no último domingo (5) e a segunda está marcada para o próximo domingo (12).

Neste ano, foram adotadas medidas de segurança adicionais para a realização do Enem, como a adoção de detectores de ponto eletrônico e sensores para identificar o momento exato da abertura dos malotes com as provas.

VEJA A NOTA DO INEP NA ÍNTEGRA:

O Ministério da Educação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Polícia Federal trabalham em estreita parceria para garantir a segurança do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa colaboração, ampliada desde 2016, vem permitindo a identificação e a prisão de quadrilhas especializadas em fraudar concursos públicos e processos seletivos, como ocorre nesta data por meio da Operação Adinamia, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Não há, portanto, possibilidade de o Enem 2017 ser cancelado já que as ações da Polícia Federal estão alinhadas com o Inep e o MEC. É importante, neste momento, que os participantes mantenham a calma para a aplicação do segundo dia de provas no próximo domingo, 12 de novembro.

O Inep reitera que foram adotadas todas as medidas para uma aplicação segura, que garanta isonomia entre os participantes e tranquilidade para realização das provas.  O esquema de segurança do Enem 2017 foi reforçado e diversificado a partir de orientações da Polícia Federal. Pela primeira vez, as provas são personalizadas, com identificação do nome e número de inscrição do participante; e são usados, de forma inédita, detectores de ponto eletrônico em locais definidos pela Polícia Federal. Todos os requisitos de 2016 foram ainda mantidos, como a identificação biométrica, o detector de metal nas portas de todos os banheiros e as escoltas para entrega das provas, inclusive no retorno.

O Inep segue fornecendo todos os subsídios necessários à atuação do Serviço de Inteligência da Polícia Federal. No primeiro domingo de aplicação, 5, dois delegados da Polícia Federal fizeram parte do grupo estratégico de monitoramento do Exame, coordenando, de dentro do Inep, as equipes que atuavam no monitoramento em diversos pontos do país.

No segundo semestre de 2017, o Inep anulou o resultado de 13 participantes do Enem 2015 e 2016 envolvidos em fraudes, que perderam o direito às vagas nas Instituições de Ensino Superior onde já estavam matriculados. O indiciamento desses 13 beneficiados por fraude é resultado da conclusão do Inquérito Policial nº 1560/2016-4-SR/PF/MA, instaurado pelo Departamento de Polícia Federal. A operação batizada como “Jogo Limpo” foi deflagrada pela Superintendência Regional no Maranhão e foi dividida em duas fases. A primeira apurou os casos de 2015 e a segunda fase, os casos de 2016. A Polícia Federal chegou às quadrilhas e aos participantes a partir do fornecimento de dados do Inep.

O MEC, o Inep e a Polícia Federal também estão monitorando o caso de outros 13 participantes que fraudaram o Enem 2013, de acordo com o Inquérito Policial nº 2178/2013-4. Essa operação, batizada “Hemostase”, foi deflagrada pela Superintendência Regional de Minas Gerais. Um terceiro inquérito policial deflagrado a partir da parceria é a “Operação Embuste”, ainda não concluída.

Sobre a Operação Adinamia, deflagrada a partir dos dados do Inep, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal fizeram coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, às 14h, na sede da Delegacia de Policia Federal em Juazeiro do Norte (CE). Apesar da parceria, o MEC e o Inep não irão comentar a ação.

Com informações da Agência Brasil.