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O Sete de Setembro ainda é questão de prova?

Allan Nascimento
Allan Nascimento
Publicado em 07/09/2017 às 9:10
Independência do Brasil
Independência do Brasil FOTO: Independência do Brasil

A história entorno do dia Sete de Setembro convive com a gente desde os primeiros anos da vida escolar. Talvez por isso, para o fera, ela possa se parecer banal - ou fácil - e sem importância para as provas. Para esclarecer isso, o Vestibular NE10 procurou saber: a Independência do Brasil costuma cair no Enem e nos vestibulares? Se cai, de que forma?

Roberto Lira, professor de história do Colégio GGE, afirma que volta e meia esse é um assunto que sim, ainda rende questões de prova. Para quem se prepara para os exames, ele indica o que considerar ao estudar esse momento histórico: "O que essa data representa, além do evidente processo de independência do Brasil frente a Portugal? Representa o projeto de criação de uma nação, de um Estado nacional brasileiro, a sua consolidação e a definição da sua identidade também. É uma data extremamente simbólica por causa disso. O que se cria a partir do processo de independência é o Estado brasileiro. Primeiramente, eu acho que esse é o enfoque mais importante a se levar em consideração sobre o episódio", explica.

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Para Lira, o entendimento desse processo de construção de uma nação é o aspecto em torno dessa data que é mais cobrado. O professor ainda elenca outros pontos importantes que devem ser levados em consideração, pelos estudantes, na hora de estudar sobre as circunstâncias em torno do Sete de Setembro. "A independência do Brasil não significou um projeto de mudanças radicais em termos de questões políticas, sociais, culturais e econômicas porque a população mais pobre ficou à margem desse processo de independência e, períodos depois desse episódio, ainda continuou à margem", observa. "É bom nós lembrarmos que o País que sai dali é um país de economia agrária, é um país escravocrata, é um país com uma aristocracia rural que estava no poder e que vai continuar no poder".

De acordo com Roberto, mudanças mais significativas e que beneficiassem a população só viriam a posteriori. "É a partir da Proclamação da República e da industrialização, sobretudo na Era Vargas, que o Brasil começa a mudar, efetivamente, vários de seus aspectos que estavam em atraso ainda", lembra.

Lira ainda destaca as características da independência do Brasil como outro ponto importante envolvendo o Sete de Setembro. "A emancipação no Brasil foi um processo orquestrado de cima para baixo. Ela nasce de um processo que vai privilegiar uma aristocracia no Brasil que já estava no poder e que vai continuar no poder. Em termos de benesses, o povo ganhou muito pouco, o Brasil permaneceu atrasado em vários aspectos, inclusive, mantendo a escravidão - uma situação que muito tempo depois é que vai ser erradicada no Brasil", aponta o professor.