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Polícia Federal conclui que houve vazamento das provas do Enem 2016, diz MPF

Felipe Cabral
Felipe Cabral
Publicado em 01/12/2016 às 12:01
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A Polícia Federal (PF) enviou relatório ao Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) em que afirma que as provas do primeiro e do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado nos dias 5 e 6 de novembro - além da prova de redação -  vazaram antes do início das aplicações. Ainda de acordo com o relatório, pelo menos dois candidatos tiveram acesso às provas. A Polícia Federal concluiu também que houve cometimento de crime de estelionato qualificado.

Após analisar celulares apreendidos em operações realizadas durante os dias do exame, a PF concluiu que os candidatos receberam fotografias das provas e tiveram acesso aos gabaritos e ao tema da redação com antecedência, segundo o relatório enviado ao MPF/CE.

“Tanto o gabarito quanto a frase-código foram divulgados antes do exame, o que garante a responsabilidade de afirmar que houve vazamento da prova”, diz o relatório. Os agentes da PF apontam ainda que os dois candidatos presos em operações distintas no Maranhão e em Minas Gerais receberam imagens idênticas das provas, gabaritos e o tema da redação via celular, o que indicaria que o vazamento foi proveniente de uma mesma origem.

A PF informa ter identificado através de perícia que os esses candidatos iniciaram pesquisas no Google sobre o tema da redação a partir de 9h38 do dia 6 de novembro, indicando que tiveram acesso ao tema antes do início da aplicação do exame.

O procurador da República Oscar Costa Filho informou que anexará a íntegra do relatório e peças do inquérito serão ao recurso do MPF que tramita no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE). "Uma quadrilha organizada nacionalmente teve acesso antecipado às provas. Isso compromete a lisura do exame e a própria credibilidade da logística de segurança que em sendo aplicada”, argumenta o procurador.

Em novembro, o procurador  ingressou com ação na Justiça Federal pedindo que fosse decretada a nulidade da prova de Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com o MPF, o vazamento violou o tratamento isonômico que deve ser assegurado aos candidatos.