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Carreira profissional: uma escolha nem sempre muito fácil

Felipe Cabral
Felipe Cabral
Publicado em 17/09/2016 às 22:42
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Quando chega ao ensino médio, o estudante passa a avaliar com maior atenção as afinidades e aptidões nas áreas de conhecimento, já pensando no curso de graduação que melhor se encaixa em seu perfil. E é comum que esse processo seja cercado de incertezas sobre se, no futuro, determinada escolha vai proporcionar a realização pessoal e profissional.

Certa dificuldade de escolher também pode ser fruto de conhecimento limitado sobre o processo de formação acadêmica e aplicação prática de determinada profissão. Ok, você quer, por exemplo, fazer design; mas já se perguntou se entende bem o que o profissional da área faz? Fazer uma pesquisa um pouco mais aprofundada pode tanto consolidar sua decisão como fazer que você descarte de vez a possibilidade.

Foi para amenizar essas dúvidas que alunos do 1º e 2º ano do Colégio GGE do "Encontro de profissões 2016", promovido em todos os sábados, desde o dia 3 até este sábado (17). O evento reuniu profissionais dos campos de humanas, exatas e saúde com o objetivo de fazer os alunos visualizarem o percurso acadêmico até a chegada ao mercado de trabalho. "Passando essas informações de maneira objetiva, o aluno passa a refletir sobre as habilidades que tem e com o que se identifica", pontua a psicóloga da instituição de ensino, Sandra Sales.

No auditório do GGE, profissionais de enfermagem, psicologia, nutrição, veterinária, fisioterapia, medicina, jornalismo, direito, contabilidade, publicidade, arquitetura, gastronomia, ciências militares, design de games e de engenharias química, eletricista e civil, deram informações sobre as grades curriculares no âmbito acadêmico, informando as áreas de atuação referentes a cada profissão, além de falar sobre suas experiências pessoais; nem sempre histórias em que acertaram de primeira na escolha de um curso de graduação.

"Eu queria muito fazer engenharia elétrica, por exemplo, mas passado um tempo na faculdade descobri que queria mudar de área", relatou uma das palestrantes, a mestranda em engenharia química, Amanda Borges.

Para os alunos, conhecer uma variedade de profissões com mais detalhe fez com que opiniões formadas se consolidassem, incertezas fossem embora e até ampliaram o leque de possibilidades. "Eu já tenho uma escolha certa, mas entender melhor outras carreiras me fez pensar que posso um dia até segui-las", conclui o estudante do 2º ano, Mateus Jatobá, 16, que quer fazer medicina. Opinião parecida com a do João Sales, 16, que está resolvido a fazer ciências da computação, mas viu nas palestras uma oportunidade de "despertar novos interesses".

Já o João Mateus, 16, ainda não estava muito certo sobre o que queria seguir, mas depois da palestra sobre engenharia civil, soube que esse era o curso que desejava fazer. "Antes eu pensava que tudo se resumia a construir prédios, mas aprendi que dá para fazer muitas outras coisas; como barcos, por exemplo", diz o estudante.

João Mateus (E), João Sales e Mateus Jatobá vão fazer Enem este para treinar para a edição de 2017 João Mateus (E), João Sales e Mateus Jatobá (2º ano) vão fazer Enem deste ano para treinar para a edição de 2017. Foto: Felipe Cabral/NE10.

Para a psicóloga Sandra Sales, estar bem resolvido na hora de escolher o curso superior é resultado de um processo que se inicia com um ensino básico de qualidade. "É fundamental, pois é onde se identificam as disciplinas em que os estudantes tem mais facilidade. Se essas disciplinas são bem trabalhadas de maneira adequada, tendem a facilitar a escolha profissional", explica, e completa: "nesse processo também é importante uma rede familiar que dê apoio ao jovem na hora da decisão e momentos de possíveis frustrações".

Sandra ainda aponta a definição de metas como crucial na hora da escolha do curso. "É a questão do projeto de vida. As metas dão sentido ao que a gente faz. Sem sentido, ficamos perdidos nas decisões", conclui.

Então, recapitulando... Quais são as dicas para fazer uma boa escolha do curso de graduação? Vão aí três pontos para os feras refletirem ;)

1. Analisar as próprias aptidões, avaliar em que profissões se encaixam e pesquisar sobre elas de forma aprofundada.

2. A gente muda e descobre novas coisas ao longo da vida. Não acertar de primeira nas escolhas é natural e você tem sempre como tentar novas experiências até encontrar o que lhe traz satisfação pessoal e profissional.

3. Apontada como maior recompensa por todos os palestrantes, a felicidade com a profissão é algo que supera inclusive o retorno financeiro. Significa qualidade de vida.